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A interrupção voluntária da gravidez provoca cancro da mama
O que pode ter ouvido
As mulheres que se submetem à interrupção voluntária da gravidez têm maior risco de desenvolver cancro.
O que nos diz a ciência
Os níveis hormonais mudam drasticamente durante a gravidez e diminuem o número de ciclos menstruais da mulher, o que afeta o risco de cancro da mama (ACS). Acredita-se que o aborto interrompe o ciclo normal das hormonas durante a gravidez. Existem vários tipos de aborto e cada um tem uma relação ligeiramente diferente com o risco de cancro. A interrupção voluntária da gravidez é um procedimento médico realizado para interromper uma gravidez.
Evidências epidemiológicas
O estudo mais fiável sobre este tema foi feito na década de 1990 e os investigadores descobriram que a interrupção voluntária da gravidez não tinha efeito em geral sobre o risco de cancro da mama (ACS, ACOG). Esta associação foi confirmada em pelo menos seis outros grandes estudos em todo o mundo. O aborto espontâneo é a perda de um feto antes dos cinco meses (20 semanas) de gravidez. Também não foi encontrada relação entre o aborto espontâneo e o risco de cancro da mama. O risco de cancro da mama é menor em mulheres que levam uma gravidez até ao termo antes dos 30 anos e o risco de cancro da mama diminui com o número de gestações até ao termo.
Evidências laboratoriais/elementos comprovativos
Não existem evidências laboratoriais de que a interrupção voluntária da gravidez aumente o risco de cancro.
Como reduzir o risco
Existem muitos fatores de risco conhecidos para o cancro da mama. O consumo de álcool está claramente associado a um aumento do risco de cancro da mama, e o risco aumenta com a quantidade de álcool consumida. As mulheres que ingerem uma bebida alcoólica por dia têm um pequeno aumento (7-10%) em comparação com as não consumidoras. Este risco aumenta para 20% em mulheres que ingerem 2 a 3 bebidas por dia (ACS).
Outro fator de risco conhecido é o excesso de peso ou a obesidade. Especialmente depois de a mulher atingir a menopausa, a maior parte do estrogénio é proveniente do tecido adiposo. O excesso de gordura pode aumentar os níveis de estrogénio e aumentar o risco de desenvolver cancro da mama. As mulheres com excesso de peso ou obesas também tendem a ter níveis mais altos de insulina, que estão associados a alguns tipos de cancro (ACS). Ambos estes fatores de risco podem ser mitigados com 150 a 300 minutos de atividade física e uma dieta saudável, que reduzem o risco de cancro da mama (ACS).
Conclusão
Nem a interrupção voluntária da gravidez nem o aborto espontâneo parecem aumentar o risco de cancro da mama.
Saiba mais nestas fontes fidedignas
American Cancer Society (ACS): Fatores de risco relacionados com o estilo de vida para o cancro da mama (em inglês)
ACS: Fatores de risco do cancro da mama que não pode mudar (em inglês)
ACS: O aborto e o cancro da mama (em inglês)
American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG): O aborto e o risco de cancro (em inglês)
Data
Publicação: 30 de junho de 2021
Verificação/atualização: 22 de agosto de 2022