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As pílulas contracetivas (contracetivos orais) provocam cancro
O que pode ter ouvido
As pessoas que tomam pílulas contracetivas têm um risco maior de desenvolver cancro.
O que nos diz a ciência
As pílulas contracetivas são utilizadas para prevenir a gravidez e contêm duas hormonas: estrogénio e progesterona que ajudam a regular o ciclo menstrual (Cleveland Clinic). As pílulas contracetivas previnem a gravidez, interrompendo a ovulação e impedindo que o esperma penetre no colo do útero. É o tipo de contracetivo oral mais frequentemente receitado nos Estados Unidos (muitas vezes designado simplesmente por “pílula”).
Evidências epidemiológicas
As evidências sobre as pílulas contracetivas e o cancro são variadas, dependendo do tipo de cancro: os contracetivos orais aumentam ligeiramente o risco de cancro da mama e do colo do útero, mas diminuem o risco de cancro de endométrio, dos ovários e colorretal.
- Mama: as mulheres que já usaram contracetivos orais têm um ligeiro aumento (7%) em comparação com as mulheres que nunca usaram contracetivos orais. As mulheres que usam atualmente contracetivos orais têm um aumento de 24% no risco. O risco de cancro da mama também aumenta com o aumento do tempo de utilização dos contracetivos orais (NCI).
- Colo do útero: as mulheres que usaram contracetivos orais durante 5 ou mais anos têm um risco maior de cancro do colo do útero do que as mulheres que nunca usaram pílulas contracetivas. Quanto mais tempo uma mulher usar contracetivos orais, maior o risco de cancro do colo do útero (NCI).
- Endométrio (uterino): as mulheres que já usaram contracetivos orais têm uma redução de 30% no risco de cancro do endométrio (NCI). Este efeito protetor continua durante muitos anos após a mulher deixar de usar contracetivos orais.
- Ovários: o uso de contracetivos orais provoca um risco 30 a 50% menor de cancro dos ovário em comparação com as mulheres que nunca usaram contracetivos orais (NCI). Esta proteção aumenta com o tempo de utilização de contracetivos orais.
- Colorretal: os contracetivos orais diminuem o risco de cancro colorretal em 15% a 20% (NCI).
Evidências laboratoriais/elementos comprovativos
As exposições hormonais em estudos de laboratório e em animais têm efeitos nas células e tecidos que são geralmente consistentes com as evidências epidemiológicas.
Classificação carcinogénica do CIIC: Grupo 1 (Cancerígeno para o ser humano)
Como reduzir o risco
Fale com o seu médico sobre todas as opções contracetivas e os riscos potenciais antes de tomar uma decisão. A sua idade, peso, historial reprodutivo e historial familiar podem constituir um risco para alguns cancros ginecológicos. As pílulas contracetivas podem aumentar o risco nas mulheres de outros problemas de saúde, como coágulos sanguíneos, doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais (MD Anderson).
Existem fatores de risco de cancro maiores do que os contracetivos orais. Por exemplo, existem mais casos de cancro do colo do útero causados pelo papilomavírus humano (VPH) do que pela toma da pílula e mais casos de cancro da mama causados por má alimentação e baixos níveis de atividade física do que pelos contracetivos orais (MD Anderson).
Por fim, existem muitas outras opções contracetivas que não afetam o risco de cancro. Por exemplo, os dispositivos intrauterinos não hormonais (DIU) são pequenos dispositivos de metal ou plástico que são colocados no útero por um ginecologista para evitar a gravidez (MSK).
Conclusão
Os contracetivos orais aumentam ligeiramente o risco de cancro da mama e do colo do útero, mas diminuem o risco de cancro de endométrio, dos ovários e colorretal. Fale com o seu médico para encontrar o melhor contracetivo para si.
Saiba mais nestas fontes fidedignas
National Cancer Institute (NCI): Contracetivos orais (em inglês)
MD Anderson: O cancro e a pílula (em inglês)
Memorial Sloan Kettering (MSK): Métodos contracetivos e risco de cancro (em inglês)
Data
Publicação: 29 de junho de 2021
Verificação/atualização: 22 de agosto de 2022