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A terapia hormonal de substituição provoca cancro

O que pode ter ouvido

As mulheres que fazem terapia hormonal de substituição têm maior risco de desenvolver cancro da mama.

O que nos diz a ciência

Existem vários tipos de terapia hormonal de substituição (THS), incluindo apenas estrogénio, estrogênio + progestina (combinada) ou terapias hormonais de substituição bioidênticas.

Estrogénio. Embora a terapia hormonal de substituição apenas com estrogénio melhore os sintomas da menopausa e possa diminuir o risco de cancro da mama em pessoas sem historial familiar de cancro da mama, aumenta o risco de cancro do endométrio (revestimento do útero) (ACS). O risco de cancro do endométrio mantém-se mais elevado do que o normal, mesmo após a interrupção da terapia.

Estrogénio + progestina (combinada). Também pode tratar os sintomas da menopausa com terapia de estrogénio e progestina, conhecida como terapia hormonal combinada. Quanto mais tempo a THS for usada, maior o risco. O risco volta ao normal dentro de três anos após a interrupção das hormonas, pelo que há uma vantagem em interromper a THS se a mulher já tiver iniciado o tratamento.

Terapia hormonal bioidêntica. Esta terapia hormonal utiliza hormonas que contêm estrogénio e progesterona com as mesmas estruturas químicas que as encontradas naturalmente no corpo.

Evidências epidemiológicas

A progestina na terapia hormonal combinada reduz o risco de cancro do endométrico que é conferido pelo estrogénio. No entanto, o estudo da Women’s Health Initiative mostrou que as mulheres que recorrem à terapia hormonal combinada têm maior risco de cancro da mama e cancro dos ovários. (NCI). O Million Women Study também encontrou um aumento no risco de cancro da mama na terapia combinada de estrogénio e progestina (Clarkson et al.).

Embora a terapia hormonal bioidêntica seja comercializada como uma alternativa mais segura, nenhum estudo concluiu que as mulheres que tomam hormonas bioidênticas têm efeitos colaterais menos graves (NCI). As hormonas bioidênticas têm os mesmos riscos para a saúde que qualquer outro tipo de terapia hormonal.

Evidências toxicológicas/elementos comprovativos

Os estudos que examinaram o impacto da THS em macacos e ratos mostraram que a administração de estrogénio + progestina aumentou o risco de cancro da mama (Clarkson et al.)

Classificação carcinogénica do CIIC: Grupo 1 (cancerígeno para o ser humano)

Como reduzir o risco

Qualquer decisão de usar estrogénio, sozinho ou em combinação com uma terapia de progestina, deve ser tomada por cada mulher e o seu médico após ponderar os riscos e os benefícios (ACS). Alguns fatores a ter em consideração são o risco inicial de cancro da mama, do endométrio e dos ovários (e como isso pode ser afetado pela terapia hormonal); o risco de outras doenças graves afetadas pela terapia hormonal (exemplo: doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, coágulos sanguíneos graves e efeitos no cérebro); e que outros medicamentos podem ser usados para tratar a osteoporose ou os sintomas da menopausa. Se for tomada a decisão de tomar THS, é aconselhável usá-la na dose mais baixa necessária, durante o menor tempo possível, e continuar a consultar o seu médico regularmente para que este possa monitorizá-la quanto aos efeitos colaterais (ACS).

Nota: todas as mulheres devem comunicar imediatamente qualquer sangramento vaginal que ocorra após a menopausa; pode ser um sinal de cancro do endométrio. Mesmo que o seu risco não seja elevado, ainda tem a possibilidade de ter cancro do endométrio.

Conclusão

A THS pode aumentar o risco de cancro da mama, do endométrio e/ou dos ovários. Fale com o seu médico antes de tomar uma decisão sobre a terapia hormonal de substituição.

American Cancer Society (ACS): THS (em inglês)
BreastCancer.org: THS (em inglês)
National Cancer Institute (NCI): THS (em inglês)
MD Anderson: As hormonas e o cancro (em inglês)

Data

Publicação: 10 de junho de 2021
Verificação/atualização: 22 de agosto de 2022